Celebrado em 3 de junho, o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil tem como objetivo dar visibilidade a um dos mais graves problemas de saúde pública da atualidade. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 224 milhões de crianças em idade escolar enfrentam a obesidade no mundo. A entidade classifica o problema como uma epidemia global, impulsionada por fatores políticos, econômicos, sociais e culturais.
No Brasil, as estatísticas também preocupam. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças entre cinco e nove anos está acima do peso. Os números do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), de 2019, apontam que 16,33% das crianças brasileiras de cinco a dez anos estão com sobrepeso, 9,38% têm obesidade e 5,22% enfrentam casos graves da doença. Entre os adolescentes, os índices são igualmente alarmantes: 18% apresentam sobrepeso, 9,53% têm obesidade e 3,98% estão com obesidade grave.
Para o Ministério da Saúde, um dos principais agravantes é o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados desde os primeiros anos de vida. Ao invés de frutas, verduras e alimentos naturais, crianças têm tido o precoce a produtos industrializados que, somados à falta de atividade física, contribuem diretamente para o avanço da doença.
A obesidade infantil está associada a uma série de complicações de saúde, como dificuldades respiratórias, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, risco de fraturas, além de impactos psicológicos, como baixa autoestima, transtornos alimentares e isolamento social. O problema também se mostra ainda mais preocupante em tempos de pandemia. Estudos apontam a obesidade como um dos fatores de risco para o agravamento da Covid-19. A quarentena e o isolamento social contribuíram para o aumento do sedentarismo e alterações na rotina alimentar de crianças e adolescentes, o que pode agravar ainda mais o cenário.
A OMS recomenda que crianças menores de 1 ano realizem pelo menos 30 minutos de atividades físicas diárias, como engatinhar ou movimentar os braços. Já as crianças entre 1 e 4 anos devem praticar até 180 minutos por dia, sendo que, entre os 3 e 4 anos, pelo menos 60 minutos devem ser de atividades moderadas ou intensas. A partir dos 5 anos, o ideal é que a criança tenha ao menos 60 minutos diários de atividades físicas de intensidade moderada.
Mesmo em meio a restrições de mobilidade e espaço, especialistas reforçam que o período de isolamento social pode ser uma oportunidade para reforçar hábitos saudáveis em casa. Com criatividade, é possível improvisar atividades físicas, montar circuitos de brincadeiras e incentivar uma alimentação mais equilibrada para toda a família. Além disso, é essencial que pais e responsáveis fiquem atentos a sinais de sofrimento emocional e busquem ajuda profissional, quando necessário.
O combate à obesidade infantil exige uma ação conjunta entre famílias, escolas e governos, com foco em educação alimentar, estímulo ao exercício físico e promoção de políticas públicas de saúde e bem-estar.
Conteúdo reproduzido do Dourados News
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