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28/05/2025 às 09:00, Atualizado em 28/05/2025 às 08:59 2c4lw

Minha motivação é o rádio, diz Arthur Mário durante entrevista 594c1i

Atualmente ele trabalha em uma Rádio FM da capital

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Foto - Reprodução Campo Grande News

Arthur Mário Medeiros Ramalho, de 65 anos, é uma das grandes vozes do rádio sul-mato-grossense e soma quase 50 anos dedicados à comunicação.

Nascido em Nova Andradina, veio para Campo Grande quando ainda era só uma cidade de Mato Grosso. No jornalismo, cobriu Copa do Mundo, Copa América e atualmente é apresentador e diretor da Rádio Hora.

Sua vinda para Campo Grande foi em 1976 e o começo no rádio não demorou. Arthur é um homem simples, atencioso, cheio de histórias e com uma enciclopédia de eventos na cabeça. Tudo fruto das cinco décadas de rádio.

Sua carreira começou muito novo e jogando em todas as funções. “Tinha 16 anos quando entrei na Rádio Cultura, era o menino que fazia de tudo: apoio à equipe de esportes, departamento comercial, redação”, relembra. Na década de 1980, começou suas primeiras transmissões esportivas como repórter e depois como narrador.

Com o tempo, acumulou as funções de chefe de redação esportiva e apresentador na TV Educativa. Em todas, se destacou pela seriedade e pela paixão pelo esporte. Na época, o futebol sul-mato-grossense vivia uma época dourada com o Estádio Morenão cheio e no principal campeonato nacional.

COBRIU DUAS COPAS

Sua primeira experiência na cobertura de um mundial foi na Copa do Mundo de 1990, na Itália. Mesmo com o Brasil perdendo para a Argentina no Stadio Delle Alpi, em Turim, com e de Maradona e gol de Caniggia, a lembrança é boa para ele na parceria com a Rádio Globo.

Quatro anos depois, voltou a um mundial, desta vez nos Estados Unidos. O ano de 1994 foi especial para a Seleção Brasileira com o tetracampeonato mundial contra a Itália. Arthur estava lá. Ainda no seu vasto currículo, consta três edições de Copa América (Chile, 1991; Equador, 1993; Uruguai, 1995) e os Jogos Olímpicos de Londres em 2012, sempre pelo rádio, que ele considera seu meio de vida.

“O que mais me marcou foi ver como o mundo trata o futebol de forma simples e eficaz, enquanto aqui no Brasil tudo é burocracia e corrupção”, critica.

Nos últimos 15 anos, Arthur esteve à frente da antiga Rádio Cultura, atual Rádio Hora 92.3 FM, onde comanda o principal jornal matinal. Para ele, o rádio ainda é o meio de maior credibilidade entre os brasileiros. A entrevista para contar sua história foi na sede da emissora.

“O povo acredita no rádio em primeiro lugar. Ele tem um valor incomensurável. Estou num horário nobre, falando pra multidões, e com uma responsabilidade enorme: primeiro informar, depois prestar serviço. A opinião vem por último.”

Na virada dos anos 1990 para os 2000, Arthur trocou temporariamente o microfone pela diretoria de futebol. Presidiu o Esporte Clube Comercial por dois anos entre 1996 e 1997, com um mandato voltado para o fortalecimento das categorias de base.

“Meu maior feito foi ter acreditado no futebol de base. Fomos campeões em 2000 com jogadores que vinham da várzea, como o Tainha, que virou ídolo.”, destaca.

Em 1998, tentou disputar a presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, mas sua chapa foi retirada da disputa. Essa foi a eleição em que Francisco Cezário de Oliveira ganhou e ficou por 26 anos, até ser afastado e destituído em 2024.

Arthur não conseguiu disputar a eleição por mudanças de última hora. Para ele, “O processo eleitoral foi sujo. Montaram um esquema pra impedir a concorrência”, denuncia. Ainda na gestão, teve rápida agem como superintendente de Esportes, Lazer e Cultura do Governo do Estado na gestão de José Orcírio Miranda, o Zeca do PT.

Na bancada do jornal da Rádio Hora, ele não está tão próximo ao esporte, mas há espaço para a opinião. Uma de suas mais contundentes envolve o Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, sem uso desde 2022 para o futebol profissional.

Ele relembra da história da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) que começou na década de 1960 vinculada ao Governo do Estado de Mato Grosso. Antes de ser federal, a estrutura dela era a UEMT (Universidade Estadual de Mato Grosso).

Assim, o Estádio Morenão, inaugurado em 1971, teve recursos do Governo do Estado e depois com a criação de Mato Grosso do Sul, incorporada a UFMS, ando a ter istração federal. Sua crítica envolve a União e o processo para ar a gestão do estádio de volta ao Estado. “Foi construído com recursos do antigo Mato Grosso. A União nunca investiu um centavo. A Universidade não tem direito de exigir nada".

Para finalizar a conversa, Arthur Mário destacou que leva o rádio com muita seriedade. Mesmo com problemas de saúde causados por um câncer (mieloma múltiplo nos rins e coluna) e com quimioterapia e hemodiálise, não deixa sua rotina de comunicador.

“O rádio não é mais entretenimento. É serviço, é informação. E eu sempre levei isso muito a sério", finaliza.

(Por Gabriel de Matos/ Campo Grande News)

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